por Milena Azevedo
Estudar é uma tarefa árdua. O regozijo que o estudo proporciona é solitário e extremamente ínfimo se comparado a outras formas de deleite sensual. E os louros de intensas horas dispensadas sobre os livros pouquíssimas vezes rendem manchetes de jornal. Por isso, ter um diploma e até mesmo seguir carreira acadêmica é, no século XXI, considerado por alguns como algo supérfluo, haja vista as novas “cyberprofissões” e a facilidade que se tem de entrar no mercado de trabalho apenas com conhecimentos técnicos e práticos. Isso nos faz voltar à questão de qual é a melhor forma de se aprender, se com os livros ou empiricamente, através dos erros e acertos diários.
A jornalista inglesa Lynn Barber, brilhante aluna que foi, quis compartilhar sua experiência a respeito do dilema “continuar os estudos ou viver a vida?” em sua autobiografia An Education, autobiografia essa que teve início em um artigo escrito para a revista literária Granta. Nick Hornby (Alta Fidelidade, Um grande garoto), ao ler esse artigo, entendeu que ele seria deveras útil para muitas jovens de hoje, e partiu para roteirizar uma adaptação, culminando com o filme Educação (2009), dirigido por Lone Scherfig (Italiano para principiantes) e estrelado por Carey Mulligan, Peter Sarsgaard e Alfred Molina, com a participação especial de Emma Thompson.
A trama de Educação se passa em Londres, no ano de 1961, focando a vida da estudante Jenny Miller (Carey Mulligan), cujo pai (Alfred Molina) exige horas de dedicação à escola e ao violoncelo, visando a sua entrada na conceituada universidade de Oxford. Jenny seguia a cartilha de seu pai, embora, como toda adolescente, burlasse uma ou outra regra. O céu fica mais azul para Jenny quando ela conhece o fino trambiqueiro David (Peter Sarsgaard), que lhe apresenta a uma vida de glamour, arte e noites boêmias. Seduzida pelos prazeres fortuitos que David e seus amigos lhe proporcionam, Jenny questiona a escola e os conselhos de suas professoras, entendendo que lhe seria mais vantajoso pegar um atalho para a vida adulta.
Fugindo de suas responsabilidades, e ganhando o apoio dos pais para fazê-lo – totalmente vislumbrados com o novo status social que David proporcionará a sua filha –, Jenny não percebe que em plena década na qual as mulheres estão se firmando e conseguindo seus direitos como cidadãs na sociedade, ela acaba agindo de forma retrógrada, prendendo-se a um casamento para ganhar a liberdade de uma vida fruitiva.
Os diálogos espertos de Nick Hornby, a direção eficiente de Lone Scherfig e a atuação maravilhosa da estreante Carey Mulligan, totalmente à vontade no papel de Jenny, fazem de Educação uma bela aula sobre escolhas e amadurecimento.
Educação foi o vencedor do Sundance 2009 de Melhor Filme de World Cinema Categoria Drama pelo voto popular e concorre ao Oscar 2010 em três categorias: melhor filme, melhor atriz e melhor roteiro adaptado.
Eu vi esse filme Milena e francamente, não achei a história grandes coisas, nem mesmo com o roteiro de Nick Horby de quem eu gosto bastante. No entanto, mesmo com uma lentidão no meio (quase insuportável) é impressionante o quando o filme cresce nos últimos 20 minutos, e dá um prazer grande ver uma atriz como a Olivia Williams, de quem eu gosto muito, fazer um pequeno e importante papel. A Carey Mulligan é uma graça, mas o filme não é tanto.
Opa, Maíra nos brindando com seus comentários eloquentes!
Bom, o que eu mais achei gratificante em Educação foi a discussão que ele levanta sobre nossos sonhos, nossas metas na vida. Um futuro planejado pode vir a baixo quando as circunstâncias nos apresentam um caminho mais fácil, onde papel moeda, influência e diversão sem limites acabam falando mais alto e se termina deixando tudo de lado por eles. O que nos leva a questionar se os nossos sonhos são sólidos o suficiente e o quão estamos dispostos a nos sacrificar para transformá-los em realidade.
E Olivia Williams, interpretando a professora que tenta a todo custo abrir os olhos de Jenny, atua como a consciência, o “grilo falante”, que mesmo vendo onde as escolhas de sua aluna vão dar, está de braços abertos para apoiá-la quando seu mundo de ilusão desabar.
O filme é atraente e envolvente, assim como David. Mas Oscar de melhor filme? Nã…
Este é o meu comentário… 😉
Ah, eu tambem não acredito que Educação vá ganhar o Oscar de melhor filme, mas pode chegar a repetir o BAFTA de melhor atriz para Carey Mulligan (a curiosidade fica por conta das idades de Mulligan e de Gabourey Sidibe, ambas tem 24 anos e interpretaram adolescentes de 16 anos). Minha torcida mesmo é para Distrito 9, de longe o mais original filme de 2009, tão massa que o Blomkamp pegou o argumento de um curta dele e o melhorou.
tenho por mim que o saber e a coisa importante que o ser humano ganha na vida e leva contigo para onde for, sem duvidas ler um livro nos traz sabedoria mas não podemos comparar pois sem a sabedoria não conseguimos escrever um livro